sábado, 23 de outubro de 2010

- Segredos que ficam no travesseiro.

Deitada ali numa cama qualquer, com quaisquer lençóis, e um só travesseiro  pensamentos não são iguais, eu ando até o final do seu mundo, do nosso mundo, e tão surpreendentemente eu me encontro ali, perdida naquela maldição, aquilo tudo que me persegue, não sai mais daqui de perto de mim, mas e quem disse, que tudo isso não passa de vontades bestas? Ninguém disse, ninguém sabe e se eu soubesse, não diria, não espalharia por aí, não dividiria todo esse peso com ninguém, nem com os habitantes daquela dimensão, que na verdade são uns 4 ou 5. Eu fugiria facilmente daqui, pra correr atrás do meu doce predileto e estragado, daquilo que nem conheci muito bem, mas me prendeu, é, me prendeu pois me encantou, me deixou sem voz, sem expressão, me deixou assim, vazia, no meio da rua, no meio do nada, procurando por mim, bucando nos outros, estranhos, qualquer coisa que me fizesse sentir. Sentir. Só sentir. Eu sinto, infelizmente eu sinto, mas voltei com a mesma história, as mesmas linhas já escritas, não sei talvez tenha sido só um ensaio, talvez eu devesse improvisar, passar a borracha naquela história que nem preencheu 10 folhas, nem em 30 linhas coube. Nem fim não dizia lá embaixo. Essa incerteza é que me deixa cada vez mais certa de que essa explosão de sei lá o que, que todo dia me aquece, me queima, me incendeia, só acaba comigo. Só me faz outra vez voltar pra essa cama aqui atrás de mim, e, como acontece em todas as madrugadas que vêm com sons estranhos, nessa madrugada, eu vou deixar mais um pouco do que tem me alimentado ali, no meu travesseiro. Ah, só ele. Só ele é que sabe do meu inconsciente, só ele acomoda meu cérebro, minha imaginação, só ele viaja comigo no tempo.

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